O faroleiro
poema de Cabral do Nascimento
Apenas este ilhéu é que é pequeno
O resto é tudo grande: o tédio, a vida
O dia enorme a noite mais comprida,
E o mar, calmo ou feroz, rude ou sereno;
O tempo esse narcótico veneno,
A dor, essa letárgica bebida;
O desejo essa voz enrouquecida
E a saudade o distante e branco aceno
Tudo profundo imenso na amplidão
Eterno quase na desolação
E sobrenatural na solidão
A luz vermelha a refletir-se além...
Nenhum vapor que vai, nenhum que vem...
Farol e faroleiro - e mais ninguem
Ps- esse poema pode estar em nossa memória graças
as antologias que faziam parte de nossos estudos de Português na adolescência ; Cabral do Nascimento (1897-1978) se destaca entre escritores portugueses por ter realizado pesquisas sobre a população açoriana e madeirense; realizado obras poéticas e antologias; traduzido obras para o português de autores - entre eles -
Eliot e Wells; recebeu o premio Autero de Quental e foi á epoca considerado por Fernando Pessoa segundo dados obtidos no Google...
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