quarta-feira, 25 de junho de 2014

Página para Cabral do Nascimento

                            O faroleiro


                                 poema de Cabral do Nascimento


Apenas este ilhéu é que é pequeno
O resto é tudo grande: o tédio, a vida
O dia enorme a noite mais comprida,
E o mar, calmo ou feroz, rude ou sereno;


O tempo esse narcótico veneno,
A dor, essa letárgica bebida;
O desejo essa voz enrouquecida
E a saudade o distante e branco aceno


Tudo profundo imenso na amplidão
Eterno quase na desolação
E sobrenatural na solidão


A luz vermelha a refletir-se além...
Nenhum vapor que vai, nenhum que vem...
Farol e faroleiro - e mais ninguem


Ps- esse poema pode estar em nossa memória graças 
 as antologias que faziam parte de nossos estudos de Português na adolescência ; Cabral do Nascimento (1897-1978) se destaca entre escritores portugueses por ter realizado pesquisas sobre a população açoriana e madeirense; realizado obras poéticas e antologias; traduzido obras para o português de autores - entre eles -
Eliot e Wells; recebeu o premio Autero de Quental e foi á epoca considerado por Fernando Pessoa segundo dados obtidos no Google...  

Nenhum comentário:

Postar um comentário