O SIDARTA DE HERMANN HESSE.
Mas que poderia ser "nosso Sidarta" ... : meu, teu, de todo mundo...
Num capitulo intitulado - "Entre os homens tolos",
o autor frisa uma passagem vivida todo momento na
história de muitos de nós...como na realidade, em todo o livro .
Considerado uma das obras mais expressivas do talento desse escritor alemão que percorreu a alma humana de modo tão singular que chegou a inspirar- segundo se lê -
as gerações hippies dos anos sessenta...
Em conversa com o comerciante Kamasvami - sendo questionado sobre o que tencionava dar - já que não possuia nada...Sidarta responde:-..."cada um dá o que tem.
O guerreiro dá sua força;o comerciante sua mercadoria;
o mestre sua doutrina;o pescador os peixes."
Ao que o comerciante , insiste e pergunta ainda:-
..."Òtimo . E qual será o bem que tu poderás oferecer?
Que aprendeste?Que sabes fazer?"
Sidarta responde : -
..."Sei pensar.Sei esperar.Sei jejuar."
Nesse pequeno livro, de pouco mais de 120 páginas, chama a atenção - a síntese extraordinária que ele faz de nossas angústias espirituais, vivenciais (e que se renovam em nossos filhos... nas suas buscas por caminhos de elevação, de levesa da alma)cada vez em que nos relacionamos ou tentamos nos relacionar com o saber oriental -
tão diferente do construido
por nossa experiencia ocidental !
O diálogo com as vertentes de espiritualização
originadas no oriente de modo genuíno
ou filtradas pela cultura racional de tempero americano - refiro-me as que vem dos Estados Unidos da America do Norte..., são estranhas -embora nos fascinem por completo pois se apresentam como desafio a ser alcançado mesmo sem qualquer referencia concreta em nossa história- com ênfase judaico cristã.
Mesmo sabendo que a construção do budismo é anterior a
existencia afirmativa de Jesus no mundo - pode-se aventar nas semelhanças de propósitos - convívio entre as formas de se posicionar no mundo...e até se verificam colocações de que Jesus histórico - tenha se alfabetizado nas grandes linhas de sabedoria de seu tempo e não só no judaismo ...
Difícil saber de qualquer coisa com certeza;
mas que essas idéias- mesmo sem possibilidade
de verificação- por seu distante nascedouro na história- vem até os dias de hoje com total força
valendo e agregando mais e mais pessoas-;
quer por se tornarem mais próximas dos sentimentos intuitivos que brotam no âmago mais profundo,
ou fazendo pensar ao fim - que seria desse modo que se gostaria de encarar a vida; seria com essa visão do mundo que se gostaria de encontrar pessoas no caminho... e desfrutar de um mundo hegemônico e belo
-onde ninguem discorda mas ao contrário
todos se afinizem pela fé.
O mais duro de tudo isso - é enfrentar - à luz do questionamento filosófico tambem antigo -
(falo da vinda da grécia), que até mesmo Deus -
é uma questão de fé :- se acredito, Ele existe;
senão creio , deixa de existir...!!
Assim como - por uma questão de fé - ou algo parecido,
se constrói todo o conhecimento possível;
pois no fundo, o grande laboratório é o mundo - ou:
são os mundos...
uma vez que, graças as pesquisas
astronômicas e tecnológicas
se enxerga hoje em dia-
outros, alem do nosso mundo...!
Mais que incitar a leitura dessa obra-
tão bem vinda de Hesse-
precisamos referirmo-nos ao momento em que somos informados, nas cenas de grande impacto vistas pela televisão - sobre centenas de milhares de pessoas a ganharem foco na cara programação mundial de comunicação entre os povos-
reunidas por lideranças evangélicas fundamentalistas ;
outras por manifestações de descontentamento popular (lideradas por ninguem, estranhamente!);
e, nos dias que correm - a juventude católica vinda de muitas partes do mundo ao nosso país emergente( pela primeira vez liderado por uma mulher-chefe de estado), e que vem atraídos por um líder que inaugura um novo milenio na sua escolha doutrinária fazendo valer -pela primeira vez em séculos- a humanidade de seu posto ,que antes era só para os santos...-
o Papa Francisco da Igreja Católica Romana,com sede na europa portanto- que em nosso país ainda detem a maioria dos fiéis...
O paralelo que fazemos é mesmo por um rápido convite a mais leituras de mundo alem das habituais;
não imaginamos nenhum fôlego capaz de desautorizar, qualquer das manifestações de massas mobilizadas pelas suas necessidades de afirmação política - seja atraves de um corpo doutrinário oriental, ocidental liberal ou conservador...
Consideramos a obrigação , o dever moral e ético de buscarmos caminhos de dignidade e paz, de direitos para todos ; e entendemos a dura e tortuosa história de tentativas da humanidade em alcançar para si melhor posicionamento no mundo - seja em que latitude for...
Mas crer ainda na possibilidade de um homem renovado ... parece ser cedo; pode ser pessimismo mesquinho e covarde diante das lutas de todos os dias; mas qual é esse homem que queremos ser e não conseguimos?
A reboque das doutrinas , temos marchado por sermos soldados , Sidartas por vocação - imolando-nos com jejum,paciencia e elocubrações peripatéiticas sobre o sofrimento no mundo...
Só nos resta sermos fiéis?!
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