sábado, 21 de julho de 2012

A força das imagens



A FORÇA  DAS  IMAGENS


Sim. Junho se foi. 
Julho , tambem se esvaindo...
Mas ainda dá tempo de lembrar que em 27 do mes passado minha mãe que está ali no porta retratos faria aniversário.
E  esse galhinho, com uma rosa real, perfumada,
do quintal daqui de casa, plantada pela mãe de seu Helcio, foi colhida e arrumada simplesmente 
simbolizando uma singela homenagem 
pelo aniversário, pela saudade, por gratidão.
Sentadinho na beirada , está um menino com uma jardineira azul- peça em madeira - de um artezão 
de meia idade de origem germânica.
Como um Gepeto - me emocionou ;até porque- convivendo pouco com meu filho- por injunções estranhas, pareceu que poderia ter sua obra aí- a representa-lo; meus queridos:  mãe e seu neto- bem à minha vista...nessa prateleira à frente da  mesa do computador onde trabalho todos os dias...Criação de artezão dessas safras 
que estão em extinção:- daqui de Hamburgo Velho .
Explicado o contexto , feito o texto - conheci uma personagem entre tantas que quando sentia que era hora de tomar a " palavra " - saia correndo- fugia depressa...Medo? 
Ah! Pânico com certeza! Mas a questão é que fugia e continuou fugindo até hoje!
Quando viu que deveria dizer alguma coisa
aos senhores catedráticos da senhora Filosofia- desconversou ; saiu por aqui, escorregou por ali; 
quando foram ver- estava chorando ,convulsivamente, 
num banheiro da  instituição!
Em crise... de pânico! Como enfrentar todo mundo e 
dizer o que, de fato, precisaria ser dito?
E o que precisaria ser dito ?
Era mesmo tão importante? Será?
Precisava toda aquele crise? O Pânico com "pê" maíusculo ? Ah, pois é. 
Observando atentamente a defesa de Tese em Merlui Ponty, de uma colega de Curso, chegou a conclusão que sim- melhor demonstrar desenhando do que falando, dizendo - usando as palavras...para explicar uma ideia...
E mais- analisando o perfil bem sucedido da pessoa- concluiu facilmente que usara caminhos menos acidentados que os dos conflitos de ideias, dos enigmas de sentido, ou das dubiedades das palavras...
Deixando para as imagens sua força comunicativa
e ao mesmo tempo aos contempladores
as conclusões pela força de sua percepção,
entendimento e sensibilidade subjetivos...
em vista da multiplicidade de conclusões possíveis , 
ficava isenta de ser obrigada a passar pelo pânico 
de dizer o que era esperado
que deveria ser dito...
por ela.... e aí, quem sabe-
não precisasse fugir mais,
tão depressa, nem tanto...!!
Santa ingenuidade.
O tempo passou e tudo o mais dentro
do movimento do tempo...
As configurações com que foi se deparando
começaram a fazer água... de novo - :"Homem ao mar"!
Decididamente- nem só do desenhado vive o homem; nem só do escriturado...
Arre, e então?
E agora...?

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