quinta-feira, 26 de setembro de 2013

love letter- some lecture about 9a. Bienal

LOVE LETTER



            Capa de livreto exposto com outros 10 mil numa mesa na Bienal de 2013 em Porto Alegre...



as pilhas com os livretos que demarcam as múltiplas publicações a respeito de uma descoberta que teria durado poucos minutos... ;são dez mil livretos de diversos autores sobre o evento...
exposição no Santander em Porto Alegre... 2013 (fotos de celular de Fatima Abrão)


Dear friend , beloved!


Please go to the Porto Alegre and see all of the spaces of this Bienal , the 9 one, from Mercosul...
In fact - not only from there but the  anothers places around the world...

The signifie  in  general - aboarding ..."if climate  it'll be favorable" ... and everything it comes happening from this situation... and the love included I supouse...

Talking sometime about- we think with dought during  a lot of moments in our life that  had looking for the  good moments , favorable in fact, ones  especially those from harmony and love...

 All of the dimentions   they are abording  make us in  surprise room across room at the Museum- and anothers places where are doing anothers these tematichs  interpretations  and the executions are multiplies, beautifull,  full of the simplicity eloquence too...

In my modestly opinion they are invitem us to the couriously was sepulted ...
 to search and do the inovations because the ours lifes are askin for this
full this time more than never  before...
The geographic cience and correlatives... as the arts... since the last years reconizing
 like a cientific area to do the knowledges
and can express with few words... the biggest insights for all sensibilized ones...


domingo, 22 de setembro de 2013

Somente primaveras...

Somente primaveras...






De primaveras como um tempo de novas configurações e de nada mais de tanto frio nem de tanto cinza,  ou de solidão- para falar mais de promessas e contentamentos.

Eis que cada flor tem em sí nova especie de fruto como se aprendeu em escolas sobre elas .

Mas o que pode ser mais deslumbrante em ve-las em copadas inteiras como sinais de uma continuidade cíclica..?
Onde se  permite a apropriação dos perfumes 
que vão estar na vida o todo tempo marcando estilos, personalidades e emprestando características do mundo natural a vida humana.

Muitas espécies de produção se aperfeiçoaram e o teor terapêutico desses aromas que são mais que só das flores , tambem de folhas e troncos e até raizes, são parte de tratamentos oferecidos para a recuperação da harmonização natural do homem com o mundo...

A aromaterapia tornando-se um verdadeiro caminho
de manipulação de soluções combinadas de essências florais com outras substancias minerais e químicas e bastante utilizadas desde sempre na história humana...ficou mais acessível hoje em dia.

Há combinações de óleos de várias fontes e os movimentos de massagens que fazem incorporarem-se atraves da pele da pessoa seus benefícios  inclusive podendo  cessar alguns tipos de dor.

Alem de uma paisagem física urbana ou rural em que essa natureza se evidencia plena de fertilidades potenciais e efetivas vão nos alimentar tambem o olhar,a respiração podendo então dizer-se que nossa vida se transforma por efeitos que elas - as flores da primavera nos causam...

Melhores e mais saudáveis, mesmo que não tenhamos a receptividade igual á gama de essencias existentes há os que são alérgicos a qualquer tipo de perfumes...

Nas emoções mais profundas as flores vem se presentificar e fazer o bem querer se  anunciar e se afirmar em todas as instancias das relações humanas coroando-as de especial brandura e beleza...

Querer o equilíbrio natural do ambiente em que vivemos hoje significa mais ainda desejar manter as possibilidades de aproveitar de modo auto sustentável toda riqueza de que somos participantes como herdeiros em plena vida viva...

Se alguma coisa mudou - sem dúvida uma delas é o fato de a primavera não ser mais sómente primavera... mas estar resignificada amplamente resgatando-nos de modo integral e  complexo.

sábado, 21 de setembro de 2013

Palavra de homem...!

Palavra de Homem...!





























árvore florida da primavera passada- 2012- Avenida Hugo Kunz- Novo Hamburgo-RS
(foto de celu- Fatima Abrão)


Podia jurar que não ia acontecer
outra primavera ;
um aperto daqueles na garganta
anunciando que a briga
ia ser de foice;
ou que pelo jeito do embalo
o filme não era de love story
mas de mocinho e bandido!

Entrelinhas no campo de batalhas
meias e um quarto de palavras
coisas comuns por esses dias de lutas.

Quem se atreveria a cutucar o tigre ?
Ou será  que seria a onça? Com vara curta?
Quem? Quem seria louco de desafiar
levas de soldados
do rei e da rainha
num momento de jogo árduo
de lanças ao ar?

Só mesmo o desavisado cabo de milicia
pobre diabo que nem em pé se eriça
ao dizer de um bedel
chega a dar preguiça!

Só que pelo miolo da briga
nem de vento de longe uma intriga
soava apenas um pouco alto
temporal viria mais tarde
assim que decidido ficasse
pra que lado o vendaval caisse
ou a ventania soprasse...

pois que no fim de tudo
ou melhor
quase quando se está na linha de chegada
pior mesmo e´ estar com sede
e ganhar de beber o vinagre

só que chorar
fica feio
ainda

só se chora antes nunca depois

poderia ser mais feio do que isso
um choro de compromisso
de leve e suave vicio
de serpentear pela verdade?

Não - duvidar não duvide...
pois que se esbatem
no fundo da alma
 nos espaços
inter humanos
coisas
ainda maiores
do que uma coisa dessas
em que se mudou
com os tempos
a expressão
que usavam
antigamente
com o significado
de honra e sabedoria
prá confiar cegamente...

agora não quer mais dizer
segurança incondicional...
sequer se assemelha
 a um voto de fé
sendo requerido...

 e é com a morte da razão
mais parecido

chega a dar calafrio
quando imagino o sentido
de uma simples
- palavra de homem!

que me diz  que
- de nada adiante
alguem chorar...
por ter errado
ou por ter se enganado
sobre sí e os mundos
pois que afinal mais entendo
quando nem de longe
estou vendo
um homem - que seja
soldado , cabo ou coronel,
capitão, tenente ou general...!

...na mira de um dia de atraso
em que nada saiu
a hora devida
nem mesmo o coração
acertou
ao querer para si
certo amar
de amar
liberdade
de apreciar
 a harmonia
de se encantar
com a cortezia
de se apaixonar
com certeza
de quase nunca acertar
de primeira

mas sim
ir evoluindo
na espera de uma quimera
aparente vitalidade
ressucitada
cada manhã

na civilidade
 vagando
pelo outeiro
de um pelourinho
castiço
escondido
esquecido
no entremeio das linhas
subliminar
por si

ao comando oculto do mando

de uma palavra
de homem!










PARALELAS...

PARALELAS...



                 Garrafas de bebidas e de medicamentos- recicladas com jornais e pepéis de seda
                  e de presentes, palhinha de buriti, contas de argila, verniz e pourpurina  dourada.
                  Arte de Fatima Abrão- 2013-Novo Hamburgo - Rs.

Paralelas...


Aqui nessa linha
corre uma vida
de suada e destemida
forte e alternativa
miragem

pobres náufragos
vi morrendo
outros marujos 
navegando
sem nortes

nenhuma palavra
nem de longe
um simples aceno
nada de sinais
nem de destino


suaves e tormentosas
serenas e tumultuadas
paralelas
vivendo

marcadas por mil

tanto que fizeram
cair com 
torturas,
misérias,
descaso!

vidas de um rio
flutuação previsível
flexibilidade inexcedível
maior é o mar


nem que escurecendo
ficassem as horas
ali dentro
de um frasco
a esperança
de uma leitura
nos fragmentos
de papéis
imantados

uma procura
sincera
do apuro
do dia
de uma luz

que fizessem
iluminar
a idéia
por uma ligação
mesmo que
paralela!

navegando
sem colisões
formando
novas invenções
um capítulo 
de novela,
um romance,
uma carta
ou

 poesia

num colorido
e branco
pensamento 
de vaga
e ondulada
melodia

plasmada 
de ouro
tambem de prata
fortunas de dizeres

felicidades
de piratas!



quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Bob Junior

Bob Junior


Não  ninguem avisara que ele estaria lá; Bob Jr. foi a Feira pelo fato de que seu paizinho tinha levado um fusca verde ....( olha nem se sabe descrever - o tom do verde do carro - não era verde exército brasileiro  mas quase... algo assim parecido) para uma pequena Mostra de carros antigos... e ele fora junto.

Quando chegara lá na exposição dos artistas ele estava - no colo do pai, sentado como um reizinho... lindo!
Sua mãezinha querida o afagava de vez em quando...Ao ter deles se aproximado falaram de animais de estimação em que seu cachorro o Quiniee e sua ex gata (a Mili) foram assunto tambem...

Ao que menos se esperando pediram-lhe que retratasse Bob Junior...!
 Então o fez do melhor jeito que pode... ele sentado no colo do pai...
com sua cabeleira branca , castanha e dourada abundante esparramada e natural
 pois não era desses tosquiados por aí...

Não não havia nem de longe uma suspeição sequer do que se passava em seu coração que estava despedaçado pelo despejo que vivera de última hora do lugar de trabalho junto a outros colegas por estar segundo uma porta-voz- atrapalhando as vendas do estand onde fazia retratos... na grande Feira.

Sim - entendia sim... Pedia desculpas mas então tentaria ficar junto aso artistas plásticos-
 para fazer lá seu trabalho pois ainda poderia ganhar algum dinheirinho no último dia de Feira...
A presidente da Associação dos artistas já a convidara, gentilmente, pra ir ficar junto a eles - os
dois outros artistas que estavam cuidando da exposição dos associados
e pintando ao vivo enquanto atendiam ao público
 de enorme volume e circulação no último domingo ...

Pensara tanta coisa ao mesmo tempo... como- porque de novo ficava na mira
de tamanha molecagem... !?
Arrastar suas coisas aos olhos de injuriados, contrariados personagens
que poderiam ser de seu estand mas nem eram; que poderiam estar oferecendo ao público
seu  artesanato criativo mas nem o estavam (pois alguns até optaram por comercializarem bijuterias comuns de lojas afins...) e outros traziam os croches, os enfeites de portas, os panos de pratos,
 artigos de natal!Pois o natal vem aí!
Enfim eram livres para comercializarem o que quisessem... Mas em algum momento,
 em discreta reunião concluiram em seu estand que os 60 cm quadrados
que lhe haviam cedido para fazer seu trabalho de retratar as pessoas
 que o quizessem- estavam na verdade, inibindo as vendas...dos outros.

Não havia o que discutir; melhor seria ir-se.
A injunção do espaço ser da economia familiar do bairro ( ou da zona rural) do municipio
 poderia ser suficiente para saber-se fora de lugar... pois nem sendo artezão daquela area,
mais motivo para esperar algo que não haveria mesmo - espaço para um trabalho de sua arte... realizada em espaços públicos há mais de dez anos...

Nem sempre bem sucedida -mas com profundo e humilde propósito
 de promover o autoconhecimento e o desenvolvimento humano...
uma arte peculiar que não traz precisão técnica mas uma doce interpretação
 de um olhar a um dos infinitos ângulos que a face de uma pessoa apresenta ao mundo
quando nele se move e diante de sí se demora por alguns curtos minutos
para que se imortalize uma dessas feições
 num pequeno flagrante entre artista e retratado...
num sério e difícil original para -ambos...!

Bob Junior , inocente cãozinho, no colo de seu dono , com sua protetora ao lado ,
 vieram como um bálsamo inesperado e terno ,
 na realidade cheios de ternura e amor -
num contexto completamente doloroso- de desencanto e tristeza ...!
 Com o corpo cheio de agua - como dizem os macrobióticos,
estivera chorando o caminho todo - do  estand até o outro lado da feira-
 onde se encontravam os artistas.

Bob descera do colo do paizinho e viera até ela pedir carinho...!
Sim foi uma espécie de entendimento de alma... pessoa e cachorro
 estavam numa sintonia de paz e isso era tudo de que ela precisava...!

Quando decidiram fazer um retrato do Bob, e o colocaram no colo -
foi realizado um tipo de figuração de seu rosto cabeludo... apenas... !
Muito modestamente e nada pretencioso...

È difícil acreditar mas foi sua meiguice de cachorrinho
 que fez com que nos voltasse a confiança no ser humano... havia pouco estremecida...
e era incalculável o bem que  resultara poder realizar o retrato do bixinho!

Adoraram o  trabalho e pra concluir pediram ainda um retrato do fusca!

O fusca era de 1953, um lindo e conservadíssimo exemplar dessa produção da Wolks que entrava agora tambem pra sua produção de registros artísticos... permeados de revezes
 e de pequenas e inesperadas glórias...!


.


Passagens

Passagens


Logomarca criada para a coleção de camisetas com figuras comemorativas 
de XX anos em arte
Fatima Abrão, 2012- Novo Hamburgo - RS.











Num trem que partia em cinco minutos entrou correndo
 pois não era possível atrasar naquele dia.
O tempo contava sim e tinha que ser ligeiro.Para quem olhava não fazia a menor diferença. Todo mundo estava na sua corrida particular de todo dia e que dizer de um a  mais, um a menos no sufoco da vida? 
Tanto faz diria alguem... Tanto se dá...ou melhor:- ninguem estava nem aí... na verdade!
Mas ao chegar pareceu que tinha valido muito a pena ter desabado e nem feito  mais nada ao levantar e sair deixando para traz tudo ou quase tudo por fazer... Nem cama arrumada, nem casa varrida, nem louça lavada...  Céus...! Ai de quem entrasse e visse isso tudo de perna pro ar agora!Seria o fim...!

Ia pra onde? Ah pois é ... e ela sabia lá? Nem imaginava... quer dizer supunha... Imaginava um lugar assim com sala, cadeiras, gente...Só não sabia nem onde ficava nem como chegava lá... ia indo na dita boa fé. Não há de ver que havia um espírito de boa vontade ali dentro do coração surrado , combalido de crer nos ditames e ordens dos outros...nas suas estranhas vozes de comando?
Nada se parecia - sempre dava a impressão de que o aperto no coração era apenas um a mais... fruto de uma doença de angustiar-se sempre que alguma coisa inesperada oprimia e que se sentia obrigada a obedecer.
È - : o-be-de-cer.

Uma vez presenteara seu filho na adolescencia com um livrinho que se chamava -
"A droga da obediencia" ; perguntei-lhe de que autor mas não lembrava. Talvez tenha ficado fora de época pois pode contar desse tempo quase uns 20 anos passados!
Um livro que discutia a obediência cega à ordem das coisas no mundo.. ou algo parecido... estava no livro um conselho para cuidar e não sair por aí obedecendo sem mais nem menos. Mas enfim na vida era difícil isso de não dar importância ou tanta ou nem tão pouca... para as coisas... como as horas marcadas, a palavra dada, coisas combinadas entre pessoas nas conversas ou nos escritos... 

Em tudo era preciso ser flexível... nem todas as variáveis entram nos cálculos antecipados e precisamos estar mais livres para decidir sobre acordos firmados pois nem tudo pode sair conforme o esperado... as vezes até mesmo porque o esperado é que os acordos sejam descumpridos e a opressão que pode daí se forjar se arremeta e invada e mine as confiantes relações transformando-as em insatisfatórias e cheias de desilusão umas para com as outras... 
Talvez todo direito se estruture em função das falhas humanas serem o desejado motivo de contenda. Cada vez que vejo um retrato de Kafka me lembro dessa pessoa... nem ingenua nem crédula mas ainda obediente... a pobre!

Num lapso de memória esquecera o horário de voltar a sí... Havia uma hora em que  poderia dizer adeus  e ir simplesmente embora... Silenciosamente . A dose tinha sido um pouco muito...
Mas alguma coisa lá dentro de sí fez que ficasse e até o fim se comportasse com obediencia. Pode olhar-se e sentir-se orgulhosa de sua força e galhardia- sobrevivera, inteira a tudo.

Fizera cinco limonadas, fizera amigos, prolongara o fiapo de fé e alcançara o coração de dois ou tres... com um tanto de amargura sim , profundo gosto de mofo de um pão velho que obrara no escuro do armário e ninguem jogou fora,  ao contrário fez  foi questão de partilhar com ela... Porque compartilhar alegrias? Cantar , ser feliz? Se lá atraz sobrava dor e descaso pra cada um dos momentos que os outros viveram e para quem viver a realidade da vida significava ter só a mágoa a oferecer, a ira para reagir, o ódio a semear...?

Passagens baratas ainda bem, logo lhe ressarciram não as da ida - pois nem era prá ter ido; as da volta que era para facilitar.

Um solene e desafiador percurso trilhado num mundo estranho , jamais sonhado; assustador veículo de loucuras a par de um dia lindo de sol e de lindas e laboriosas venturas criativas de trabalhos e escaladas em pautas de fé e confiança numa espécie de mundo mais robusto e feliz como se alguem pudesse duvidar da idéia!







sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Ciclo da vida ao natural

Ciclo da vida ao natural...

Fatima Abrão- Gazometro - Porto Alegre...2013-agosto


Um final de dia a mais ...
poderia ser 
mas não é... 
Veio depois de um temporal dentro
para não dizer que transbordou
e passou a escorrer ali ... fora... tambem!


Os dias tem dessas coisas que nos fazem pensar que tudo está terminado 
que não temos mais para onde ir , nem com quem contar
e que o que precisamos é de deixar rolar- olho afora- toda a agua acumulada no organismo...

Li num desses livretos de macrobióticos
 que as lágrimas caem por excesso de agua no corpo!

Depois parece estarmos em um ambiente interno leve, 
como se afinal - tudo que estava para arrebentar as comportas- nos oprimindo...
se esvaziasse e voltassemos a serenidade 
de um dia a mais...

Até o próximo vendaval... como que num ciclo natural 
de estados em que se chocam nossas energias materiais, físicas, líquidas , gazozas, 
com os nossos limites internos 
nos deixando sem saída... 
Nada podemos fazer... para evitar
 a chegada dos temporais nascidos em outros quintais... 
e que nos pegam no caminho... nos arrastam para o desolador desabrigo
em que o físico - é só um  deles...
há os que ficam cá dentro  na alma 
e que 
não contam nas estatísticas 
até porque seria pedir demais
 considerar-se a alma de um povo...
melhor e mais fácil pensar nele como um corpo 
andando e só -!


Hoje a noite , desci do ônibus
 numa calçada repleta de folhas secas 
e muitas flores de Ipê cor-de-rosa...
num tapete lindo e suavemente composto
 por um vento 
que poderia ser dito - um qualquer...: imagina!

Mas quem as disporia desse jeito?
...e nesse colorido -misto de outono,
 que se despedindo- as abranda a queda,
 deixando folhas - pequenas mas belas em tantos tons, formarem com as flores um instante de abrigo 
aos pés cansados...
num tapete natural de Deus fazendo rir 
pois ontem ainda , me sentia pobre
num abandono terrível de minha sorte...
e hoje mesmo podendo ainda sentir alguma dor,
obrigo-me a agradecer
essa estranha e sólida e palpável 
presentificação de fortuna e alívio 
mesmo que apenas valorizada por alguns
 que passem nessa calçada do meu bairro na noite escura... 

 Mais adiante o perfume de algum tipo de jasmim...

Na janela de casa -aberta, o florescimento de laranjeiras 
faz que venham com a brisa ,nesse dia ainda noite,
perfume forte e leve ; onde estou posso respirá-lo gratuitamente ...
 mesmo que pense no fruto delas - 
suas laranjas...
 vieram como um bálsamo 
noite adentro desde ontem ...
 calmaria!

Os olhos doem de chorar -eis algo que é  preciso concordar
nem precisaria 
nascer e crescer
num dia desde que essa seria a vida
 de grande agonia
em que nosso melhor espelho se turva e nem vemos
com os olhos marejados
nada daquilo que queremos.

Ver e existir
produzir um tecido num papel 
de figuração humana dessas 
que se posiciona em nossa frente 
despida e entregue a um momento 
de reflexão e fixação
de sua imagem colorida por um tipo de posinho de giz
que se espalha com os dedos 
em circulos de vida do retratado e do artista...
nem sempre o fazendo para o que ali se senta...
mas nem sabendo bem para quem;

pode ser , quem sabe- que seja até para si mesmo
como um arbítreo, um simples e inconfesso gesto de usurpação de toda natureza humana que ali se encontra em apenas uns poucos minutos... num diálogo inacreditável e silencioso entre nós ... onde o que menos importa é o que resulta como uma especie de obra...
mas tudo que se passou nesse momento entre as duas pessoas ou todas as que estiveram presenciando  o que aconteceu... ali ao olhar de todo mundo...

mais que um exercício de desenvolvimento - fogem todas as significações diante do tudo que ignoramos sobre a vida uns dos outros...

sofremos pela profunda falta que sentimos de estarmos mais 
próximos ou sermos mais importantes pra alguem
do que realmente somos
como algo assim 
possível só mesmo quando nem estivermos mais aqui...

como no que fica 
concebido como um legado...
sendo ou não 
de alguma fortuna
podendo isto sim ser apenas 
uma pista de algum percurso 
trilhado por alguem -
qualquer um, 
um dia
num ciclo comum de vida natural...

se não escreve, não pinta, nada parece ter feito
ou realizado no mundo... mesmo esse seu
 pequeno mundo que só prá sí 
signifique um mundo! 






quarta-feira, 4 de setembro de 2013

PRIMAVERIS...

PRIMAVERIS...


                          Rosas em jornais e papel de seda -          
                 Fatima Abrão- Novo Hamburgo- Rs. 2013.



Violeta , 
um papel azul de seda
bem fininho 
bonitinho
que coube numa pétala de flor


por um sinal de um sentimento
bem do coração 
num pequeno efeito de momento
poderá dizer ou não 
muito mais cedo 
se contento 
um outro 
enamorado coração...

pode ser que a luz
retraia e desbote
na verdade:
clareie(!)

esse violeta do azul ;
e ele vá
ficando um novo e outro tom...
mais assim... envelhecido
sem porem ter esquecido
um sinal de amar alguem.


por azuis
tais jacarandás
de praças de partir
em frente ao cais...
virão em tempos iguais
nos vãos da sorte
em outras mãos

desejados dons
e travessos argumentos
no perfume artificial 
que alguem criou

rescendendo o suave 
pela brisa 
em uma tarde ou ainda de manhã
vindo sem pressa  
mas curtindo
só de olhar 
um sonho então!