quarta-feira, 17 de abril de 2013

Na Natureza Humana

Na Natureza Humana

Na Natureza Humana.


                                           Foto de celular de flores do jardim da vizinha.
                                            Fátima, abril de 2013.Novo Hamburgo.Hamburgo Velho.

Não me diga que não temos amigos, que não fizemos amigos, que não queremos nossos amigos com enorme carinho, muito amor e que mesmo não os vendo todos os dias, não procurando sua companhia a toda hora, não pensemos neles, não falemos neles, não os guardemos no coração em saudade e aconchego de prediletos que são...!

Queria esquecer as vezes que ficamos nos cobrando as consistencias de pensamento e ações como se fossemos os:- "juízes da hora", e cada um a sua vez. 
Mas não consigo nem  me lembrar de coisas bem imediatas...! Acho que é mesmo a idade chegando e os neurônios cansados não querendo mais levar as noticias indispensáveis para fazermos nossas conexões sinceras.
Por incrível que pareça , ao passar do tempo, ao olhar pra trás, tentando ver o passado mais vivido e agitado da vida fica-se de frente com um quadro muito antigo e transformado de tal modo que nem reconhecemos mais uns aos outros direito.
As fisionomias são mais nebulosas- amiúde ouvimos:-"sou eu , fulana, não estás me reconhecendo?!" E o pior é que não , de imediato. Só aproximando um pouco mais a lupa do olhar para identificar de quem se trata... inda mais que tem-se que fazer uma série de associações para contextualizar onde paramos em nossa jornada juntos, e onde estamos nos reencontrando...
Não vamos vencer, em segundos, um mundo de coisas vividas sem ter compartilhado nos últimos tempos e nem vamos transmitir-lhe em "videoteipe" um rápido zoom sobre nós... para situá-la ligeirinho.
Acho que o que não queria era  que ficasse esquecido o grande conjunto de boas coisas que fizemos juntos; se afinal é delas que nos alimentamos muitas vezes para o resto da vida...!

Por algum motivo incrível, de fato, as flores vieram representar- simbólicamente, muitos sentimentos e  momentos de grande contentamento, partilhas inesquecíveis e que poderiam ser muito opacas se não fosse pelas flores que ofertamos ou que nos alcançaram... algum dia... e tanto assim -nossa memória pode falhar, que exigimos os cartões onde as mensagens vem grafando um registro único sobre o tempo em questão.
 Lembranças que fazem viver ou reviver e que nesses cartões que restaram - pois as flores... morreram, podem voltar a falar ao mais fundo da alma da gente.
Poderia contar uma série de histórias sobre flores que foram plantadas só para que nelas fixassemos os olhos e diante de sua beleza , mais nada pudesse importar... naquele instante.
Como um refresco a uma garganta sedenta, um gesto que faz mais que pensar na nossa profunda ligação com a ambiência de onde nos movemos... e nos obriga a reverenciar alguma natureza alem da nossa...!
A todo momento somos advertidos a prestar atenção na beleza circundante e a nos embebedarmos dessa fonte de energização maravilhosa o maior tempo possível.
Na vida de vizinhança é tamanha a premeditação das pessoas que elas fazem o favor de plantar à beira dos muros e cercas  toda espécie de beleza natural em flores , arvores e folhagens , como nos movendo o olhar magicamente...

Essas flores nessa cor- especialmente linda- que há aqui bem perto de casa numa casa vizinha, faz-me tamanho espanto - pois em quase 60  a anos  já vi variedade amarela dela e nunca antes nesse tom!
Fiz várias tomadas fotográficas delas... e pela primeira vez consigo publicá-las, pois estão perdidas dentro do telefone, esse pequeno aparelho que me possibilita socializar quase tudo que vejo ...mas que me esconde ainda todo seu funcionamento...

Assim se vê nos amigos um tom mais raro em muitos deles.

Como a nos chamar a atenção sobre algumas diferenças inexplicáveis em sua origem... mas quase palpáveis em sua convivência... com elas... quando observando o contínuo  estado de mudanças em nossas vidas, nos deparamos quase esquecidos para sempre de algumas feições de caráter corriqueiro, precisando que se vistam de outros tons para que possamos identificá-las como ainda sendo as mesmas pessoas que amamos um dia...

Talvez porisso  me apaixona a figura humana e fazer retratos de pessoas; nem todas nos vem com força e encantamento; algumas , infelizmente carregaram uma bagagem de estranhos espectros e não sai com sucesso nenhuma representação dessa pessoa num instante de arte e interação com ela... de tal modo inquietante e muitas vezes frustrante... que prefeririamos que o chão se abrisse para entrarmos num buraco bem fundo a ter que enfrentar dizer-lhes - como se só de nosso talento dependesse - :"...desculpa aí, não ficou bom... o seu ... retrato... hoje... quem sabe tentamos num outro dia...?"

Sim , o olhar de quem está em nossa frente de trabalho na arte- pode ser o mais importante de tudo; nem seus cabelos, nem seu sorriso, nada mais é tão impostante como seu olhar...Por mais que desejassemos , muitas situações são incontornáveis e pode  não acontecer mais uma chance para nós...

Acontece ou não, um saboroso avanço na direção de um desvelamento mútuo , consentido e que sériamente vai resultar num final feliz... para ambos...! 

Pura técnica, material de primeira qualidade, e todos tem que querer esse trabalho bem feito ou não acontece. 

                                                    Eduarda-desenho a carvão e pastel seco-
                                                     Gazometro-06 de abril de 2013.Porto Alegre.

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