sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Primitivos mas solidários?


PRIMITIVOS  MAS SOLIDARIOS?


   Pintura com espátula-Fatima Abrão-2012.



Pode ser que estejamos falando de coisas
muito mas, muito ultrapassadas.

Trocas de pequenos favores... foram tornando-se perigosas transgressões e alcançando status de tamanho... "regulamento" que ninguem mais se atreveria a quebrar qualquer "norma"- cristalizada com o tempo, e os contínuos exercícios práticos e teóricos em que  inúmeras gerações e até verdadeiras oligarquias históricas configuradas em países de qualquer um dos pontos cardeais - se empenharam ...

Estudos sobre os  poderes pelos seus domínios... em risco ou em expansão deram origem a clássicos como o- "Príncipe" de Maquiavel , e tambem ,"Almas mortas"de  NiKolai Gogol , para citar aqui, só dois...

Difícil, para nós, que passamos tanto tempo
em bancos de academias , debruçados
sobre textos e reflexões de pensadores contemporâneos ou não , opinar - ligeiramente, sem cometer heresias das leves e das complicadas...ao olhar uma experiencia recente como a dos Movimentos Sociais no Brasil - nos últimos vinte anos, e concluir que  com tudo que fizeram-  alertaram para onde daria os " rumos dessa prosa " - fina vibração :continua onde estava.
Cedo prá avaliar , precoce dor ainda-
pode doer mais- deixa passar mais tempo ainda depois a gente vê o caso dessa gente.

Não houve reforma agrária;
não houve aumento de emprego nem  de renda. Grande parte dos que estavam lutando continuam; e ainda mais - agora se tem a complexidade do desmonte on line do modus acumulativo de capital do primeiro mundo... mostrando- amanhã... poderá ser sua vez...

Sim- um grau imenso de inclusão no consumo de bens , (renda indireta...) ,
emprego temporário ( inseguro) , 
fomento ao empreendedorismo ( auto-empregue-se, por favor!), 
espaço livre para sonhos de economias solidárias ( sem competições amargas e desonestas!),
acesso e popularização do ensino superior às camadas marginalizadas da população( não sem muita discussão se pode ou não pode ser feito), 
fomento as terapias alternativas ( cuide de si mesmo pois os médicos não são infalíveis nem o papa),
tolerancia religiosa ( concessão de canais de comunicação as igrejas do fim dos tempos- pois a onipresença divina pode ser confirmada - é só ver o mesmo pastor na mesma hora em mais de um canal - coisa nunca esperada...mas imitada de outros deuses), sinais de que tempos estamos tendo para pensar as nossas vidas... solidariamente.


Eu não quero nenhum sitio pra plantar. 
Plantei aqui mesmo tres pés de couve -
uns bichinhos que dizem - estão ecologicamente certos na cadeia...comem a se fartar e não sobra um a folha siquer para mim...

Acho legal ter minha própria história,
ter direito a uma , pelo menos -  venho construindo , cavaco por cavaco ,
punhado de pó, por punhado de pó,
gota de agua a gota de agua, 
no relacionar de todo tempo com todas as forças da humanidade ...
na caminhada que não fiz  e ninguem faz sózinho. 
Mas decide- muito das vezes em sua solidão.
Até porque, há ali , no íntimo da gente
um momento - em que não há quem fale
por nós...e nem como se mandar dizer... é nosso discurso... ele tem que ser escrito ou dito... e antes com certeza: pensado.

Poderes...
pensei então que são atraentes à bessa ( expressão antiga hein?) - os poderes! Mandar...

Achei que não.

Nem mando , nem riqueza.

São ofuscadores do olhar...

Como posso andar pelo mundo sem enxergar direito? Preciso olhar e ver...

Eu, no caso; os outros não sei. Por isso tenho pensado nas vocações da vida... tem gente talhado para o mando... sabe como faze-lo sem nem porisso tornar-se cego e despótico... intolerante e irrascível...
Gosto dos bastidores... das ponderações e criteriosas amarrações estratégicas para que tudo saia bem...para isso , sim - preparar-se... afundar nas leituras, refletir...muito.
Gosto muito de Foucault- certo que não seja todo o conhecimento - mas que maravilha o desvendar que ele fez da questão do poder, dentre outras coisas...produção do saque do direito do  sujeito , na sociedade...antes só alienável na e da loucura...dessa tal sociedade saudável... do bom senso dos que tinham esse poder(Viva Foucault!)...

Mais do que nunca sinto profundo orgulho da Mulher que preside meu país... tudo que aponto na visão tímida que descrevo não faz nenhuma alusão a limitações de sua forma de administrar... falo do complexo mundo brasileiro - no contexto em que o percebo... como um enorme e desanimador caso de se estudar ... durante décadas nas academias... distraidamente....olhando pela janela quando cansar ... tarefa das próximas gerações que terão muito mas muito trabalho...  e terão que ter talento... só músculos e softwers não vão ser suficientes...e temos que lhes deixar crescer... e agora?
Ah...pois é -educá-los... como?
Se eles soubessem dizer o que precisam... facilitava muito, não é?

E quando essas personagens , hoje atuando e fazendo a história forem só passado...e isso vai ocorrer ...como sempre... 

Falo pelo incrível destemor e mais, pela beleza de suas convicções -no caso da presidenta Dilma -em desenvolver o país... a ponto de tornarem -se unânimes poderes- aprovados dentro e fora da nação brasileira ... (com minha inveja branca...)


             

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