Meus Cadernos de Filosofia (005)

Meus Cadernos de Filosofia (005)

Dificil dizer como foi que parei para pensar em  Giordano Bruno... Mas , na Reunião Anual da Sociedade Brasileira pra o Progresso da Ciencia (SBPC), de 1990, em Porto Alegre, olhando os livros da feira interna , na Urgs, bati os olhos numa brochura linda da Fundação Calouste Gulbenkian , folhas em papel verge, -"A cerca do infinito, do universo e dos mundos",( Lisboa , 1984, 3a.ed):- uma obra de Bruno que eu nem sabia que existia!


Juntei os trocados e levei pra mim... fui ler depois
a apresentação e achei incrível  a história
desse frade dominicano que foi nascido na Italia em 1548,
torna-se Giordano ao entrar para a ordem  dominicana em Nápoles(1548-1576); viagens e aventuras
pela europa (1576-1591);
regresso a Itália, onde os processos,
prisões, retratações, extradição a Roma-
e finalmente "... onde - a   um longo e tormentoso
encarceramento e a insistencia dos juízes- 
obstinada e intolerante para uns ,
ampla, probante e clarificadora para outros-
se seguiu  condenação a fogueira em Roma,
lá queimado vivo-
tendo sido antes preso e condenado como herege em 1600.


Italia, França, Inglaterra, Alemanha, teriam sido seus destinos ao sair das perseguições resultantes de seus embates religiosos e filosóficos , lugares em que ministrava cursos, palestras, ensinava e publicava seus textos...
Fillipo Bruno, nascido em Nola no julgamento final pelo tribunal do santo oficio que  o condenou a morte como frade apóstata, herético impertinente pertinaz e obstinado"...


Há alguns anos a Igreja Católica Romana recuperou
a dignidade de Giordano publicamente, erigindo inclusive,
uma escultura sua. È preciso pesquisar pois não estou bem certa de qual foi o Papa que fez ; assim tambem  ocorreu no caso de Galileu Galilei...


Especialistas em História da Filosofia Medieval e      Renascentista, períodos muitos importantes do pensamento e de sua propagação em escolas que praticamente não existiam, pois só a nobreza se educava em academias, ordens religiosas...


Acerca do Infinito do Universo e dos Mundos- é uma obra em que Bruno constrói um diálogo com Aristóteles, de muita graça ironia e complexidade ( são cinco diálogos, ao todo)- cerca de 200 páginas de profundas reflexões que se propõe e 
que inaugura e revigora uma série de questionamentos
válidos até nossos dias...
(um trecho do diálogo):
-"Elp.   Volto a perguntar: se acontecesse que uma pedra estivesse no meio do ar , num ponto equidistante de duas terras , porque devemos julgar que permaneceria fixa ? E porque determinaria ir de preferencia para um , e não para outro continente?
Fil.(...) O principal motivo motor ( ...) o desejo 
de conservar-se..."(1984:131)