quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Simplesmente , ela


Simplesmente ela!













Foto de Fatima Abrão na Casa 1173- 
de Eventos e galeria de arte,
Hamburgo Velho- 
Novo Hamburgo-2001.
                                      

Um pouso , um repouso,  uma veste...várias!
Todas as falas, de brasileira 
mas daquelas tambem com seus  sotaques:
um russo, um ucraino, um iidiche(judeu);
de francesa, um tom lacônico- inglês.
Não sei bem qual era a atriz- e qual 
era a personagem...Olhos esbugalhados,
boca aberta, sem respirar
ou fazer nem um "pio", toda a platéia na Sociedade Ginástica de Novo Hamburgo, ontem 3 de outubro , se via assistindo Bety Goulart interpretando :"Simplesmente , eu!", textos de Clarice Lispector, escritora brasileira.

Linda.Formas femininas equilibradas, gestual elegante e delicado, finesse dos anos vinte , em diante, dos anos dourados com certeza,  Clarice -viveu o tempo forte da sociedade carioca, dos elegantes salões da diplomacia política, economica, social e cultural...em que era a capital do país... 

Casa-se vai viver em Paris, nos Estados Unidos, 
tem dois filhos, escreve desde sempre.
Por um período torna-se tradutora 
de autores como Alan Poe, Oscar Wilde, entre outros; assume um pseudônimo de Helen Parker; torna-se a escritora oculta de Ilka Soares;
interessa-se por magia tem uma obra premiada - seu conto :"-O ovo e a galinha"-no primeiro Congresso Mundial de Bruxaria - realizado
em Cali, na Colombia em 1975.


Seu nome de nascimento era Haia- mas que se altera para Clarice, como o de seus pais , quando migram.
Um grande escuro, um mistério enorme se levanta sobre a obra dessa grande e respeitabilissima senhora na literatura de nosso país e fora dele...  e agora é um motivo a mais para le-la.

Há alguns anos, por incrível que pareça-
uns vinte, 
gestão Pila Vares-  em Porto Alegre- 
um Seminário internacional de Literatura e Psicanálise - era levado aos sábados
no Centro de Cultura - na Av. Èrico Veríssimo-
e uma das obras era : "A paixão segundo GH " de Clarice.
Analisado por gente especialmente dedicada
a essas áreas e pacientemente, traduzindo-as 
para nós - não menos de 300 pessoas- naquele auditório , sensível e atento a tudo... 

Tempos de auroras, que podem estar aqui e aí,
e em todo lugar, pois pensar mais que nada, 
é tão importante quanto beber agua, respirar, dormir, comer, viver, amar...e até - escrever!

Pelo menos eu entendi isso ontem de uma vez...
ao ouvi-la dizer...falando por Bety- é preciso
"se escrever...escrever-se..."

Nenhum comentário:

Postar um comentário