sábado, 25 de fevereiro de 2012

NAO QUERO PERDER ESSE TREM DE VIDA

Que eu quero deixar de fugir da raia...                                          Penso em correr e não em perder o trem...fica parecendo que não estão nem aí...

As pessoas se matem de tanto que correm perseguindo cada pequena chance de sobreviver...

Mas sempre um olhar- é juiz ,de achar o que menos é ... de inventar e grudar ali, no pé das pessoas seus esparadrapos
empoeirados, vencidos que nem que se queira não colam mais nem servem siquer para guardar o machucadinho de um cisco ...

Estou entre essas... não quero perder o trem ... mas estou aí meio assim tambem ;de vez em quando, olhando pro lado e achando que -..."ai, bem que poderia existir mais ...estações de embarque, mais bancos prá sentar , mais bebedouros de agua,  mais plantas e flores, mais lençois brancos, couve-flores, beterrabas, cebolinhas, é - de tudo um pouco mais...

porque as pessoas se matam pra aproveitar cada chancezinha de cavocar a vida , numa fome danada de tudo isso e mais um pouco, as coisas andam poucas... a dor é que não se micha...


ficar só pensando mais que nada...

isso não dá futuro...


que futuro pode ter ,

alguem sentar e ficar pensando...?

mas vá lá que com isso reveja uma vida , duas, até mais, e vá indo dia a dia mais longe nos seus pensamentos, caminhe nesse trajeto de pensar cada vez mais, conclua alguma coisa imediata, para ver se alcança mais alem...

melhores formas- de refletindo, resolver seus problemas,
olhando outras vidas,
se aperceber dos poemas, 
abrindo o coração deixar entrar
o amigo bandido, malcriado, que ri tuas dores, que te tacha de menor, te invade e aniquila, numa palavra que é pura troca de sentido...

onde le-se amor dedicado, traduz com rançosa ricota-"
 amantes?"

Onde se escreve - mãe contemporanea--"ah,perdeu o filho de vista...?

onde se entra prá rezar, é suspeito- não é uma catedral...


ao acenderem suas velas, condenação-excesso de marcas rituais...

mas não quero perder esse trem... e já amanheceu e quero ir a Porto Alegre ...

Preciso encontrar meus amigos ... eles estão lá ,na luta ... é que ficam depois da feira ecológica, no Parque da Redenção, estão lá os couve-flores , as alfaces, beterrabas, e um dia te conto que mais que eu vi...em dezenove meses que trabalhei lá... 
dos que vi bebes, dos que vi morrer, dos cães e dos gatos.. das bicicletas, dos namorados, dos seres de outro planeta de tão bem criados,  as conversas que escutei dos papos que bati, do quanto esperei pelo sábado, do quanto sofri...muitas vezes sem nem ter dinheiro prá ir... e depois do sábado todo, nenhum tostão para voltar, nem lugar, direito pra ficar...esquisito?
não quero perder esse trem...mas

vou parar um pouco pra pensar na minha vida...

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