segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

PAPOS COM A LURDE

ainda que alimente a esperança de poder cantar por aí, ela anda perdida entre as lembranças que por incrível que pareça conjugam uma espécie de cancioneiro dos idos anos de 40, 50 e 60 (ai!) do século passado, com alguns espasmos da jovem guarda e dos tropicalistas da década de 70 ...bem vividos uns, e emprestados outros; afinal, nasceu em meados de 50...Mas que fazer se sua casa funcionava a radio ligado(de válvulas, sim senhor!)E a noite num fogão a lenha , era a roda de familia, pequena embora, na sessão:- talentos impagáveis.A sua mãe ,que só frequentara um "curso primário",tinha alguma familiaridade com estruturas de linguas estrangeiras...muito radio, muito radio...Haviam cursos sistemáticos da Aliança Francesa, da Dante Aleguieri- com italiano, e ingles , não esquecendo ainda do espanhol e do alemão...Acha exagero? Ela perguntava..._"Nada disso, é que não quiz exagerar mesmo- senão ainda te diria, que o espanhol e o árabe eram tambem programados no radio- com a cultura, a musica...enfim veiculadas..." Essas influencias, fizeram com que nessas rodas , a noite- dependendo do clima, se cantasse lendo as letras nos livrinhos de letras que se comprava baratinho nas bancas - se cantasse tudo de Gardel!"...Ela insistia...e completava-: a pronúncia? A gente escutava , quando o próprio Gardel cantava no radio e treinava..._"retiflau de mi tristeza..." ou-..."caminito ...",..."silenzio en la noche..."Existia um jovem talento na familia que era requisitado pela sociedade de então, para cantar em especial a canção -Granada!Tinha um super alcance de voz e ia todo arrumadinho, 12 anos por ali, fazer seu show...muito apreciado e plaudido
Essas memórias de Lourdes nem te conto- mas...é que ela não se toca; tempo demais , já passado e ela vem com essa de Gardel! Tudo bem; a gente tem que ter paciencia... naquele tempo, século passado, tudo era mais difícil... hoje em dia, tá tudo mais fácil... e melhor; pois as pessoas vão direto a Buenos Aires, ver os tangos e as paródias de Gardel...ou aprender tambem o espanhol...Entendi que o que ela queria dizer era que a musica, o rádio- ensinavam divertindo, entretendo.E concordo, tenho que concordar que é um jeito de difundir cultura...Mas não sei se só isso- não quiz encher a danada de afufos- mas vai tambem da sensibilidade de quem ouve e de como seleciona as coisas que o radio tem...(tinha!) para transformar em novos comportamentos e posturas diante do mundo...Até porque , minha filha, quem lia George Sand- !È- a namorada do Chopin, escrevia com esse pseudônimo...olha só que fantástico... e se vestia de homem para aparecer na sociedade francesa de então como escritora...já que a mulher ainda não tinha essa identidade conquistada...Mais um fio de conversa que não acaba mais;não aguento mais a Lurde...tem assunto prá 10 anos de amizade...amanhã, amiga a gente conversa mais...

Nenhum comentário:

Postar um comentário