segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012




Sabe quero te contar ainda, esse forte , marcante episódio que me relatava a Lurde.Que nesses anos de 1950, 1960, em que se ouvia muito o rádio, havia a participação dos ouvintes(como ainda é hoje em dia, em algumas programações). A mãe da Lurde se deu ao trabalho de escolher um pseudônimo- o de Virgínia, para que seu marido um estrangeiro muito do brabo, não se zangasse e colocasse "fogo" na casa!Sim, por ciúme ; a mãe dessa minha amiga Lurde, mulher de origem polaca, forte mas lindona, não passava por ali sem ser notada...era simples mas elegante;naturalmente bela, olhos azuis acinzentados, sorriso franco e meigo...sabes como essa gente da polônia é meiga...terna, doce mesmo...cativantes...é a palavra!E muito inteligentes, sem preguiça, sem isso não faço, aquilo tambem não...Tudo prá eles é educação , crescimento...Pricipalmente ler, escrever, representar, pintar, cantar, dançar , tocar algum instrumento... Ela falava o polonês fluentemente...quando vinham os parenes e amigos de "seu lado " da familia...pois quando vinham os do lado do marido...falavam a lingua deles e azar quem não entendia...Hum? Filhos? Tinham. Que que tem? Ah...falavam o portugues brasileiro mesmo...ué! Sim- aprendiam uma palavra aqui , outra ali, uma canção do pai, outra canção da mãe, um hábito de comida de uma origem outro da outra, e sobretudo andanvam na corda bamba entre um  e outro...pois qualquer esboço de preferencia era motivo de briga...Discutiam se o pai ou ela a mãe- estava querendo o filho só prá ela, etc...era guerra a qualquer vacilo...Porque claro- eles eram meio puros nas origens...sem misturas de outras ...não se sabe até que ponto achavam de fato que cada etnia era a melhor...mas como se diz - puxavam as brazas cada qual para a sua sardinha...Domingo? Cedo na missa...depois, com o pai- na recepção na sociedade árabe...nem era possivel irem aquele templo - a mesquita sem serem da religião...enfim...como isso deu certo por quase 20 anos?

Sabe que esqueci da história que estava contando- não háde ver que essa mãe da Lurde então, se atrevia a escrever ao programa do rádio que preferia com o pseudônimo- Virgínia...O radialista chamava-se Arthur...acho que Hernesto...se não me engano...e era um jovem estudante de medicina que fazia um "bico" no radio para poder ganhar mais algum dinheirinho, pois a vida de estudante era dura...Quando é que não foi?Então...a Virginia- escrevia para o programa de seu Arthur...acompanhava a vida do radialista e de ,certa forma ,tornou-se amiga da familia dele-ele casou-se ,teve 4 filhos e a todos ela estimava, como alguem da familia dela...pela convivencia...atraves do radio...!Mas tudo em segredo...Ai se o marido dela soubesse disso?!

Era -"fogo na casa"! Por uma dessas coincidências da vida encontrei uma escultura de cabeças em jornais , numa feira de artezanato no gazometro,em Porto Alegre, que simplesmente me relata história parecida...
Que aquela cabeça chamava-se Virgínia- da Série-"Virgínias", em homenagem a mãe dela ...

Não, a escultora não era a minha amiga Lurde...

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