domingo, 6 de maio de 2012

Edouard Manet -um grande retratista

              Estudo em guache e aquarela de obra de Edouard Manet-Fatima Abrão.

Não sei o que pensar.Há uma invasão enorme de todos os lados devia até me esconder...
Dá medo, tenho medo, sou normalmente cheia de medo, até com uma coisa assim, tipo mania de perseguição.Aquela mania de olhar prá lá , olhar prá cá e achar que alguma coisa está esquisita e ficar mesmo com receio de seguir adiante...
Foi assim quando pensei que poderia ter visto materializar-se uma pessoa amiga do outro lado da rua... Na verdade não era ameaçador mas interessante-: quem não gostaria de poder transportar mentalmente alguem querido  para as suas redondezas? Ou ir até ela? Mais eu penso mais fico assustada- poderia jurar que a vi ali, do outro lado da rua...e não era ruim, era consolador...
Mistério sempre permeia o ambiente e nem poderia deixar de ser estranho - como deixar de ser mistério?
Há quem diga que esse estudo de uma obra em que Manet retrata uma modelo dele, é fantasmagórico...Não vejo aí nada disso, engraçado. Me atrai profundamente a forma com que ele trabalhou os brancos... e nesse retrato em especial o rosto é uma brancura só...A forma de colorir os olhos, a boca, é a marca de Manet e sou apaixonada pela sua expressão pictórica.
Durante um ano me detive em estudar a vida e a obra de Manet- recorrendo a todas as bibliotecas públicas e aos acervos de amigos...tendo realizado anotações que foram reunidas em um livro manuscrito em que foram acrescentadas anotações da história da arte  e outros estudos filosoficos e especulativos por exemplo, no ano de 1996 acho...preciso ver lá pra confirmar esse ano.Foi em Curitiba, por consequencia da participação num grupo de estudos de história das mentalidades e da arte, tendo feito parte de exercícios de pintura em várias técnicas. Assim como, mais tarde após , me detive em Modigliani, Manet me permitiu aproximações de outros artistas como - Renoir,  Toulouse, Monet, Matisse, Degas,Gauguin, Cézanne, Surrat, Suzanne Valladon que ora me vem a memória.
Uma curiosidade que me chegou foi a respeito de Manet ter estado a serviço da marinha de seu país - a França, no Brasil, no Rio de Janeiro, por quase 4 meses, ocasião em que teria se pronunciado sobre a luz (do sol) que banhava toda  a natureza...ser a mais incrível que já havia visto em sua vida...!
De qualquer forma , ele vai enfrentar uma dor insuportável em sua perna provavelmente ferida em uma incursão com amigos na mata no Rio de Janeiro em dia de sua folga, que o acompanhará pro resto da vida.
Esse fato fará com que não suportando mais estar em pé deixe seu cavalete como era de costume ,e se volte para os trabalhos a pastel- em que atuava sentado , tendo esse retrato de que me aproprio nesse estudo , sido dessa fase do artista...que se notabiliza tambem pelos retratos que pintou em sua história artística e onde os trabalhos a pastel são considerados primorosos...
A sua vinda para o Brasil atendera um reclame de seu pai que não o queria artista mas um militar...No entanto, acaso da sorte- torna-se o desenhista do navio, e professor de desenho dos colegas...Somente quando retorna a Paris , é que obtem apoio de seu pai para estudar a arte como era seu maior desejo...sendo então matriculado numa das mais importantes escolas da época.
Morre com 53 anos, pouco tempo após ter uma obra sua integrada ao acervo de obras do Louvre -um sonho  que se realizava... 
No entanto, enfrentando dores terríveis pois sua perna se complicara ,após uma cirurgia - termina sendo amputada-   ao que  ele não sobrevive! Deixando uma obra belissima que o consagra como um precursor do impressionismo( por ter saido dos atelies e ido pintar ao ar livre), sendo frequentes a certa altura , reunir -se com Renoir, Monet, Degas, para trabalharem sua arte...diretamente meio a natureza...
Querido , estimado por seu amigos, teve na aproximação estreita com Baudelaire, uma amizade de cerca de dez anos cuja ausencia pela sua morte, o maltrata profundamente, pois dizia-se que um era o alter ego do outro...tamanho o entendimento entre eles...Os saraus de que sua casa era lugar, pois sua esposa Suzanne, era professora de piano, e tida por excelente interprete de Mozart- eram regulamente, ocasião de encontros entre escritores e poetas, entre eles  Emilie Zola e Paul Valery.    


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