terça-feira, 15 de maio de 2012

Helena Kolody é igual a poesia...



Helena Kolody é igual a poesia.


Incrível como cresci ouvindo sua poesia , quando era lida nos programas de radio , lá em casa...
Mas mais que isso- nos livros que minha mãe adquiria, ou trazia da biblioteca pública para suas leituras e a gente curiosa , tambem queria ler e ainda declamar - interpretar a beira do fogão a lenha , geralmente antes de ir dormir, logo depois da janta. 
Hoje , poder homenageá-la assim rapidamente, 
sem uma pesquisa última de sua obra 
que é maior , muito maior que a gente, 
é apenas fazer-lhe um carinho, 
uma pequena retribuição pela presença incrível
dessa pessoa na nossa sociedade curitibana,
que a admira e cultiva com muita consideração,
com certeza. 
Então um pouco de sua poesia ...

VIAGEM
Helena Kolody(1964)

Era um pássaro triste:
Andorinha exaurida
a viajar para longe.
Em suas asas  tremia
um prenúncio de morte

A árvore acenou da distancia
Um fraterno chamado.

Repousou a andorinha
E sonhou longamente,
Acordada.
E, foi aquele sonho , a vida.


A POESIA IMPOSSÍVEL-Helena Kolody (1964)

Inquietação de marinheiro
Que sente o mar e o seu chamado...
Não pode embarcar!

Prisioneiro do nada,
Pássaro mutilado
Que a distancia fascina... 


EXÍLIO - Helena Kolody (1964)

Somos tão estrangeiros nesta vida,
Tão sem lar!

Vivemos sempre doloridos e insatisfeitos.
Há sempre uma farpa aguçada
Cravada num nervo sensível.
Em tudo sempre uma ausência,
Um travo de imperfeição.


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