Helena Kolody é igual a poesia.
Incrível como cresci ouvindo sua poesia , quando era lida nos programas de radio , lá em casa...
Mas mais que isso- nos livros que minha mãe adquiria, ou trazia da biblioteca pública para suas leituras e a gente curiosa , tambem queria ler e ainda declamar - interpretar a beira do fogão a lenha , geralmente antes de ir dormir, logo depois da janta.
Hoje , poder homenageá-la assim rapidamente,
sem uma pesquisa última de sua obra
que é maior , muito maior que a gente,
é apenas fazer-lhe um carinho,
uma pequena retribuição pela presença incrível
dessa pessoa na nossa sociedade curitibana,
que a admira e cultiva com muita consideração,
com certeza.
Então um pouco de sua poesia ...
VIAGEM
Helena Kolody(1964)
Era um pássaro triste:
Andorinha exaurida
a viajar para longe.
Em suas asas tremia
um prenúncio de morte
A árvore acenou da distancia
Um fraterno chamado.
Repousou a andorinha
E sonhou longamente,
Acordada.
E, foi aquele sonho , a vida.
A POESIA IMPOSSÍVEL-Helena Kolody (1964)
Inquietação de marinheiro
Que sente o mar e o seu chamado...
Não pode embarcar!
Prisioneiro do nada,
Pássaro mutilado
Que a distancia fascina...
EXÍLIO - Helena Kolody (1964)
Somos tão estrangeiros nesta vida,
Tão sem lar!
Vivemos sempre doloridos e insatisfeitos.
Há sempre uma farpa aguçada
Cravada num nervo sensível.
Em tudo sempre uma ausência,
Um travo de imperfeição.
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