Meus Cadernos de Filosofia (002)
Amedeo Modigliani, pintor e escultor italiano, descendia de Spinoza por parte de mãe - sua familia era de judeus safardistas.Conta-se que o artista fora um estudioso de Espinosa e tambem de Nietszche.
Marilena Chaui especializou-se em Spinoza no Brasil entre outros filósofos, e o professor Paulo Vieira Neto, era seu orientando nesse pensador, nos idos de 1998-9, quando ele nos ministrava aulas num pós de Filosofia Moderna e Contemporânea na Federal do Paraná... tendo deixado marcas pelo brilho e fluência quando menos...pois muito jovem alem de tudo...
Recordamos alguns dos momentos de reflexão em suas aulas ... de grande densidade e concentração...mas tambem de desafiadores impasses , provocativos e memoráveis intervalos...!!
Professor Paulo V. nasceu para filosofar; estudava muito.Se preparava muito bem e vinha para arrazar...
Começava um parágrafo- sim - apenas um parágrafo de Spinoza - seu autor favorito, ia defender sua tese sobre a obra dele e sua exposição era brilhante.
Insuportavelmente , assustadoramente brilhante.
A gente poderia dizer que era vocacionado .
Mas como ia dizendo , começava o parágrafo do Spinoza de leve, falando baixo, solenemente, com humildade, elegancia...e ia indo... pensamento adentro...e uma sala inteirinha de gente madura e jovem, atônita, ouvindo e tomando nota sem fazer nenhum pio...
Muito Bem - O texto-
"Tratado da Correção do Intelecto"
Sobre o que tratava...?
O propósito do texto seria de por em ordem
o intelecto e as as coisas como elas são
em sí mesmas pelo intelecto...
como é possível colocar o intelecto para funcionar como deve ser?
O texto vai partir de uma experiencia porque era o gênero literário e vai demonstrar o que pertence e o que não pertence ao intelecto..
Na distinção - do que na imaginação é representado
do que no intelecto é pensado?
Segundo o professor, Spinoza não mostra a definição de intelecto aí no Tratado...Consegue introduzir a distinção entre imaginação e intelecto aí.
Vai ser na Ètica , outra obra do filosofo que vai (§.VII) desenvolver segundo ele.
Dever-se-ia sair do texto sabendo quando pensamos; quando imaginamos- e aí iniciar o filosofar;
quando o intelecto for Reformado;
- a geometria usada como recurso para entender o funcionamento do intelecto...
Não há índice no texto ( do Tratado da correção...)
Ele se apresenta em parágrafos- os 17 primeiros são os quais vão ser contemplados nas aulas por conta dos pressupostos que precisam ser apropriados para entender-se os demais...
Observa que vem escritos na primeira pessoa .Demonstra de imediato como ele resolveu o problema- poderia supor que estivesse ao modo de Descartes- discorrendo sobre um Discurso do Método; mas, o professor Paulo diz ainda que na realidade - o que ele vem a fazer
é discutir
o bem supremo- a felicidade...
a beatitude...
embora seja desprovido de teologia -
"desmontado" como se diz - nos textos anteriores- pensando no entanto a Filosofia da Beatitude - mas não da "Salvação"- ao modo cristão então usado...
O conhecimento apresentado como instrumento para a felicidade não como fim...
O método que conduz a beatitude...
Embora fale de não haver bem e mal como coisas em sentido absoluto - deixando aí " flutuante " a questão
de que haja um bem supremo...
(intervalo)
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