terça-feira, 8 de maio de 2012

A arte curando...com Nise da Silveira...



                                foto de flor de maracujá do pé da tela - cercando aqui em casa...




Em 1995, a pedido de uma equipe de jornalistas e educadoras da Secretaria  de Educação e Cultura da prefeitura de Novo Hamburgo fizemos um artigo sobre o valor da arte na sociedade...A luz de uma Filosofia da Linguagem, de um Wittgenstein, e outros,  partiamos da idéia de que a imagem poderia dizer mais do que as palavras... uma vez que se tem especulado muito sobre o que as palavras não conseguem dizer e quem vai fazê-lo vai ser o corpo...Que na realidade é bastante residual até, o que a linguagem verbal pode comunicar diante da força expressiva do todo corporal humano...
Então, para nossa reflexão - pensávamos sobre os fatos que movem o artista, suas necessidades  e de onde brotam para que realize suas obras pictóricas , no caso .Entendiamos que no processo de esquizofrenização social, onde para Loparic, se mata ou se morre, a fala da arte pictórica vai traduzir a dor profunda desse homem em todas as suas épocas históricas, suas conquistas, valores culturais, científicos, morais, éticos, filosóficos de toda ordem afinal, num retrato da vida em seu tempo, que poucos se propõe a tentar fazer.
A agudeza da dor - seria o que faria com que não sendo ouvido, não falasse mais; resolvesse pintar sua fala;dançar sua mensagem; cantar sua história ; tocar atraves do instrumento suas vibrações todas;como um recurso extremo de solitário fazimento de seu ser com as próprias mãos apesar de envolver-se de tempos em tempos com o cenário social em que vive... Heidegger teria sacado esse vir a ser solitário de modo extraordinário, diante do que já pensaram outros filosofos de seu tempo...No Brasil, Nise da Silveira, vai notabilizar-se por atrair a s atenções para quem se encontrava confinado - por total incapacidade de seguir se relacionando com os seus "semelhantes" na sociedade comum de todos os dias- viventes dos hospícios... Ela conseguirá provar a existencia de uma outra fala, uma fala particularmente rica, expressiva- pictórica- e inteligível e sensível  dessas pessoas; não sem luta, não sem muitas dificuldades pela até cruel perseguição dos obscurantistas da hora...!!
Tratamentos de estados patológicos  individuais e coletivos através de recursos de expressão e falas artísticas tem pontuado qui e ali - instancias superiores de reflexão nas universidades em que se configuram novas tendencias de velhas conhecidas e desafiadoras dores humanas- virem a encontrar diálogo e compreensão  no que se traduz por arteterapia, ou laboroterapia  - combinações multidisciplinares de atenção a grupos sociais alijados - renomeados como  a serem incluídos... alvo da nova tendencia de -"inclusão".


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