domingo, 25 de março de 2012

Simone Weil- uma senhora na Filosofia

sobre   Simone Weil-




Uma vez em Paris , numa Gallimard, encontrei duas ou tres obras dessa filósofa judia francesa que tratou da opressão como poucos !


Havia conhecido uma obra de Ecléa Bosi, que não sei exatamente por que teve uma crítica eu diria um tanto severa demais, talvez por considerar que muito do que se conhece de seu pensamento foi fruto de anotações de alunos seus.
Várias passagens de sua digamos: coletânea sobre o pensamento de Simone , são surpreendentes relatos de uma pensadora que entre outras experiencias, se insere numa fábrica de peças na França de então, onde sua inabilidade motora, alem de tudo, a faz correr riscos de toda ordem...
Ao que parece esse foi seu grande laboratório de vivencia da opressão operária e marcou-me muitíssimo, pois vivi a opressão na familia, nosso doce e mais imediato núcleo de experimentações e nada se compara a forma como ela abstrae essa realidade humana de relacionar-se... 


Quero dizer que uma de suas obras - :-"A Gravidade e a Graça"  - na versão para o portugues, se encontra  pela Martins Fontes, e seriam manuscritos que ela teria deixado a Gustave Thibon pelos idos de 1948 .


Diz ela:...-"duas forças reinam no universo:luz e gravidade."


Todo seu trabalho de desenvolvimento de um pensamento filosófico - se remete as exegeses de passagens bíblicas, da vida e mensagens de Jesus Cristo- assim como aos mais diversos nomes da filosofia clássica como Platão entre outros:tais como Decarte, Espinoza, Thomas de Aquino...


Há num certo sentido um espaço metafísico se é que se pode usar essa expressão - onde seu pensamento transita e com rápida olhada não vale a pena mira-la.


Mas dispensá-la pela condenação a esse tom, nem pensar...Uma grata surpresa que tivemos foi encontrar um artigo de Maria Carpi da Universidade acho que federal de Porto Alegre numa revista da UNISINOS- de São Leopoldo, em que ela apaixonadamente abordava essa autora.E algumas informações de que na Argentina ela é  estudada na academia...o que não ocorreria oficialmente aqui por seu trabalho não ser considerado um sistema - como exige a tradição da história filosófica...


Existiriam várias mulheres que com seus estudos na filosofia , tornaram-se expoentes e entre elas no Brasil, pode-se falar em Marilena Chaui,paulista,(USP) especialista em Espinoza mas, não só; e mais recentemente Marcia Thiburi,(PUC) gaucha e bastante jovem ainda, com sua carreira que transcendeu o Rio Grande - indo a todo o país nas programações de pautas especiais para mulheres se pronunciarem e tambem nas mídias impressas de revistas e jornais em que se abriam todas as portas inclusive para as edições de seus livros. Sua especialidade é Adhorno...entre outros...


Fatores incomuns pois para se elaborar um sistema filosófico, "gasta-se " uma vida toda -ou várias...uns engatam na vida dos outros e vão indo...mais alem... desde que dominando o percurso anteriormente feito pelo outro...A cada estudioso preocupa um conceito e nada mais extraordinário do que definir um conceito novo...num sistema filosófico...Pensar é uma ferramenta , nem sei exatamente tudo o que regulou o maior ou menor aparecimento por assim dizer, de filósofas meio a tradição de filosófos...Talvez por essa questão tambem me apaixonam as cogitações, as idéias e o conhecimento  enquanto ciencia -um pouco mais do que só cultura...mas como uma ferramenta precisa de transformações...


Em Simone Weil, moram várias questões envolventes, mas digamos que a que mais me chama a pensar é a da opressão entre os homens... 


Porque oprimimos os outros? 


Porque nos deixamos oprimir?


Quando vamos mudar esse estado opressivo de viver?


O que pode mudar isso? A Política? As Ciencias?
As Artes? 


A Filosofia? 

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