sábado, 28 de abril de 2012

FLOR DE MARACUJÁ


Parece esquisito alguem com um apelido  como esse ...Sem sentido até...!Mas alguma semelhança
nessas coisas é mesmo rara...apelidos sempre fazem sentido só para os que o compartilham... 
Tanto que um era Nêne; outra :-Nenê. Nada mais nada menos que um acento circunflexo para diferencia-los...Lindos para os pais sempre o foram, afinal quem nega a um pai ou a uma mãe que seus filhos são...lindos?! Se em algum momento na história alguem perguntasse como é alguem que trabalha muito? Imediatamente lembraria de seus pais....Mãos calejadas sim, horas intermináveis fazendo coisas de todo tipo de função, trabalhavam muito. Mas eram muito carinhosos e cada um ao seu modo surpreendia aos filhos com um chamado carinhoso pelos apelidos quando reinava a Paz!Em todo lugar é assim- quando o "Tempo fecha", algo sai errado, a gente é chamado pelo nome mesmo.Quando não aos berros... Sinal de a coisa ficou preta...Nosso espaço tinha mil metros quadrados desde que a casa, pequena ocupava bem pouco, todo o resto era de arvores de frutas e canteiros de flores de todos os tipos e folhagens de toda ordem...Algumas árvores foram plantadas havia mais de dez anos existindo ainda plátanos bem antigos que precederam a ida de nossos pais pra lá. Bananeiras , lindas mas que nunca deram bananas! Jabuticabeiras? Duas , que nem apanhando em São João deram frutas jamais, eram só adorno no jardim...As oliveiras tambem...Salvavam-se outras- como a pereira de pera d'agua, simplesmente deliciosa...ninguem tinha tão boa como a lá de casa apesar de todo mundo na quadra, ter a mesma àrea de terra e plantadas todo tipo de frutas, que a à suas épocas eram trocadas entre vizinhos cruas, quando não, em forma cristalizada ou em doces para passarem no pão...Macieiras , pessegueiros- eram doze pés; ameixeiras da amarela tambem conhecida por néspera, figueiras , laranjeiras, mimoseiras , o pé de caquis, estranhamente tinha ano que vinha chocolate, ano que vinha amarra...nunca entendi direito isso.No quintal da vizinha , Dona Ana, mãe de 4 filhos, de origem ucraina, os caquiseiros eram de chocolate, coração de boi, e mais umas qualidades que nem sei - a gente as vezes tirava o dia depois da aula para tomar conta de algumas frutas dessas tantas que caiam pelo chão e onde a gente podia mexer pois arrancar dos pés assim no mais nem pensar...No seu Fritz, o alemão, eram lindas as pereiras de pera dura, com um cipoal de maracujás amarelinhos e roxinhos...que serviam para gente se balançar ainda mais....Na Dona Ida a judia ,um coqueiro rente a cerca , na rua - tentação perpétua de quem ia e vinha prá escola e aquele cheiro doce de um cacho ou dois dessa frutinha amarelinha doce como o quê, obrigava a esticar a mão para laçar alguma  para roer antes de chegar em casa...Muitas vezes se contou essas histórias e o mais curioso sempre foi o fato de se ter várias etnias por vizinhança coisa incomum ... em outros lugares...A quadra da frente foi ocupada da metade em diante sendo-o por familia de japoneses que se repartiam em tres casas enormes, com muitas crianças...Todo o quintal deles eram plantados de alfaces, cebolas, cenouras, beterrabas que eram vendidas em mercearias lindas na cidade; no meio do patio existia uma enorme construção de madeira onde ficavam no escuro maturando-se bananas  vindas do litoral do estado eu acho....pois ali , no bairro fazia 19 graus em média, imprópria para bananeiras...se desenvolverem...O cheiro das bananas era forte... sendo mais um aroma em meio aos outros das frutas de que nos fartávamos nos anos de 50 e 60... Na outra matade de terra da quadra dos japoneses existiam tres grandes arvores de castanha portuguesa, daquelas que se cozinha no natal...A vizinha da esquina , outra alemã, tinha o pé mais bonito de carvalho, soberano no seu jardim...Todo mundo se dedicava a plantar e cultivar alguma flor ou várias...uns no entanto gostavam mais de rosas, outros de adálias, nossa mãe tinha ainda orquídeas penduradas nos pessegueiros, alguns vasos muito especiais onde viviam cactus que davam uma flor chamada flor de bispo por sua cor ser da cor da roupa do bispo- alás a flor mais linda que já vi- sendo páreo para ela a outra da mesma planta só que de cor amarela...elas floresciam acho que uma ou duas vezes por ano e feneciam logo...um perfume suave ezalava delas na bruma da manhã - algo incrível para se sentir e viver...uma saúde só!Para o coração, para o corpo, através dos olhos e do olfato, simpels assim... e impossivel de imaginar que as pessoas hoje em dia tenham nisso de comum um componente indispensável para viver melhor ou bem....pelo menos....Flores sem perfume, calçadas de cimento, por aí vai...um novo desenho na vida ...Mesmo que lá em casa não desse frutas  o maracujazeiro, era cultivado só por que nosso pai adorava a sua flor... sedo para ele um lindo apelido para dar para a sua filha....

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