terça-feira, 17 de abril de 2012

texto da I EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL -02.11.1994







HISTÓRIA-


Desde  meados do ano de 1992, cursando o Mestrado de Antropologia Filosófica na Puc Porto Alegre, retomamos a pintura em guaches e em aquarelas, com motivos florais - principalmente violetas; e vários ensaios do imaginário em marinhas, campo, figura humana.
Haidi Drebs, da coordenação de Educação Artística da secretaria de Educação, do municipio de Novo Hamburgo e Eliane Mitidieri,foram incentivadoras desses exercícios, bem como muitos colegas dali e amigos da sociedade hamburguense, o que fomentou a produção e tambem a exposição nas feiras , inicialmente de pais e professores das escolas municipais, aos sábados, em praça central- a do Imigrante, ou no Calçadão.Os trabalhos eram feitos em papel verge, fabriano, cançon e emoldurados e vendidos para continuar trabalhando...a preços bem acessíveis.
Tanea Malmann artista plástica do departamento de Cultura da secretaria, simplesmente foi a curadora da primeira exposição individual onde reunimos cerca de 114 quadros de vários tamanhos, no saguão do Centro de Cultrura dr. Parahim Lustosa, na praça 20 de setembro.Esses quadros foram buscados com as pessoas que os haviam adquirido e só então tivemos uma noção do que estava ocorrendo - pois nem nós compreendiamos o que nos levara a retomar a pintura que deixaramos de lado havia 20 anos e foi mesmo uma emoção enorme vivida com todos os amigos que nos haviam prestigiado.

Há muito para contar de fato. Mas a idéia é de recuperar de algum modo, os textos das exposições que realizamos .


Então vamos agora reproduzir o primeiro desses textos, correspondente a essa primeira exposição.




ALGUMAS PALAVRAS -


                             " As pedras de beira de rio (que ainda vive...) criam limo se não rolam...
As sementes das arvores quando migram,
onde chegam se fixam e criam raízes...
As aves quando migram onde chegam
constroem ninhos...


As pessoas quando migram 
onde chegam nem criam limo, 
nem se enraízam, nem constroem ninhos.
Mas,sempre filosofam sobre a vida, sempre comparam: -
..."  Deus- está mais perto nas montanhas, 
  nas planícies ou nos vales?"


Sempre contam e recontam a sua e todas as histórias que conhecem ou que acabam de inventar,
tal como a mitológica Sherazade...


Vivem, amam e quando menos se espera...
voltam a migrar...para novos e encantados rumos...


dizer que  ao apreciar
o limo generoso, dádiva da água para a pedra,
ao encher os olhos com o tapete magnífico de flores azuis , dádiva dos jacarandás para o solo a seus pés em todas as primaveras,
ao perceber que além do motivo  do ninho, há nas aves o mais claro simbolismo de que- com o pensamento se pode voar como imortalizou Lupicínio-
e buscar ser feliz onde estiver-
é possível concluir- que há inumeráveis ou:
Infinitos mundos ,criados pelo infinito ser divino
como queria Giordano Bruno, que a eternidade do tempo é a garantia de todas as primaveras, 
as casas, os ninhos, são apenas o A L E P H  como bem reporta Borges, de onde   nos encontramos
unos com tudo e com todos,
sem começos nem fins...
e que Deus, como o queria traduzir -Gibran...:
-"está nas planícies e nos vales..."!


E nós precisamos fazer a história como a árvore de enraizar-se, como a pedra de vestir-se de limo, como a ave de migrar e aninhar-se.


E da visão magnífica que as flores proporcionam...
de como alimentam o nosso coração
de cores e alegrias
mesmo que  tenhamos que reconhecer 
que em cada treinamento que a vida se propõe
há que se sair do estágio da pedra, da água, do limo, do jacarandá...


Embora sempre permaneçam


na memória


esses estados ,


como os trajetos e os amigos.




Fátima Mohamed Abrao, em um dois de novembro 
com saudades dos que viu viver..."





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